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sexta-feira, 22 de julho de 2011

Parque Três Meninas: caminhos para a revitalização

A comunidade de Samambaia clama pela revitalização e tombamento do Parque Três Meninas como patrimônio histórico, cultural e ambiental do Distrito Federal. É consenso na cidade a vocação do local para atividades culturais, de lazer, esporte, educação e turismo. O Instituto Brasília Ambiental – IBRAM, Administração Regional de Samambaia e Secretaria de Cultura se reuniram recentemente para tratar do assunto.
“O governador Agnelo Queiroz já manifestou a vontade do GDF de realizar esse investimento. Vamos somar esforços para revitalizar e devolver o Parque Três Meninas à sociedade”, declarou o administrador Risomar Carvalho. A Secretaria de Cultura anunciou dispor de 200 mil reais para iniciar a restauração do casarão a fim de transformá-lo num museu e se propôs a elaborar projeto de restauração do conjunto de prédios históricos do Parque Três Meninas.
O presidente do IBRAM, Moacir Bueno, disse que o órgão levantará todos os projetos e recursos já existentes, a fim de ordená-los num grande programa de revitalização do Parque Três Meninas. Citou como exemplo o projeto do Colégio CCI, que se propõem a restaurar as três casinhas incluindo-as no roteiro de ‘Monumentos para Samambaia’.
Importância do parque
Referência histórica na região, na década de 1990 o Parque Três Meninas destinou-se à elaboração artística, cultural, pesquisa, educação ambiental... Funcionava ali a Divisão Regional de Cultura e a única biblioteca pública da cidade, até que o casarão foi esvaziado e pegou fogo, restando cinzas de parte significativa da história de Samambaia e do Distrito Federal.
A 'Chácara Três Meninas’ foi formada no fim dos anos 50. O nome se deve ao fato de que o proprietário, Inezil Penna Marinho, alto funcionário público, tinha três filhas e construiu para cada uma delas uma casinha de bonecas, hoje símbolo de Samambaia. As edificações foram decoradas com cerâmicas trazidas de Portugal.
Durante a construção de Brasília o local servia para recepcionar visitantes ilustres, chefes de estado e artistas, que ali encontravam ambiente confortável e inspirador. Há boatos de que até mesmo o guerrilheiro Che Guevara ali se hospedou, quando veio ao Brasil para receber condecoração do então presidente Jânio Quadros.
Cada visitante era convidado a plantar uma árvore nativa da sua região, formando um democrático jardim botânico. Durante anos a chácara serviu para criação de aves e suínos que abastecia de carnes e ovos o Hotel Nacional de Brasília. No final dos anos 80 se tornou sede da Administração Regional de Samambaia, onde foram entregues títulos de assentamento a milhares de famílias que vieram povoar a cidade.
Transformado em parque em 1994, passou a ser frequentado por alunos em busca de livros e cursos ali oferecidos. Frequentavam também grupos de teatro e demais artistas que buscavam a Divisão Regional de Cultura. Havia invejável viveiro de mudas utilizadas no reflorestamento da cidade. Descobriu-se no local sítios arqueológicos de mais de 10 mil anos, na divisa de Samambaia, Ceilândia e Taguatinga.
Mas hoje os frequentadores do Parque Três Meninas estão à margem do sistema produtivo cultural, social, econômico, ambiental. O local representa perigo de assaltos e incêndios. Além dos riscos, não existe nenhum estímulo para quem queira visitá-lo.  Muitas vozes se elevam pelo resgate desse valioso patrimônio. ‘Revitalização já’ é a palavra de ordem proferida em coro pela comunidade.
 - Assessoria Comunicação adm  de  Samambaia