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domingo, 30 de maio de 2010

Mãos lavadas em óleo

Notícia - 11 mai 2010 Em audiência no Senado americano, as empresas envolvidas no vazamento de petróleo no Golfo do México passam a culpa adiante, enquanto mancha avança pelo litoral. Dedos em riste apontam uns para os outros, na sequência desastrosa do acidente com a plataforma Deepwater Horizon. Reunidos em audiência no Senado americano com o Comitê de Energia e Recursos Naturais, representantes das empresas BP, concessionária do poço, Transocean, dona da plataforma e Halliburton, contratada para cimentar o buraco, empurraram adiante a responsabilidade pelo vazamento. A BP questiona a Transocean sobre o porquê do equipamento de prevenção de explosões não ter funcionado. A Transocean, por sua vez, garante que a culpa só pode ser da Halliburton, uma vez que a explosão aconteceu depois do poço já ter sido perfurado e cimentado. Em sua defesa, a Halliburton garante que a colocação do cimento foi feita de acordo com o pedido pela Transocean e que, no fim das contas, o erro é do planejamento da plataforma. Nenhum dos executivos das empresas soube precisar o que vinha sendo feito em termos de pesquisa e desenvolvimento para maior segurança contra vazamentos. E, quando perguntados por que nunca haviam realizado testes com torres de contenção submarinas, que poderiam ter evitado o vazamento, argumentaram que este tipo de acidente sempre aconteceu na superfície. Lamar McKay, presidente da BP, garantiu que todos os gastos ‘legítimos’ serão pagos, mas não deixou claro o que entende por legítimos. McKay disse ainda que um acidente desta proporção seria “extremamente difícil de prever” e que a empresa havia aprendido com esta lição. Indignado, um dos senadores presentes, Bob Menendez, resumiu a querela: “Não é necessário ser tão inteligente para concluir que não existe nada que seja tão seguro que não possa vazar”, disse. O jornal The New York Times fez a cobertura da audiência. O brasileiro André Muggiati, da equipe do Greenpeace, está na Louisiana e vem acompanhando o processo de limpeza da costa e os bastidores da mancha. Em seu primeiro relato, Muggiati contra sobre sua expedição de barco, quando foi surpreendido por funcionários da BP que impediram a equipe e os jornalistas de fazer imagens. Acompanhado de Rick Steiner, especialista que trabalhou no vazamento da plataforma Exxon Valdez há 20 anos, André registrou a chegada do óleo nos mangues do delta do Rio Mississipi. A previsão é de que muito mais óleo ainda venha a alcançar a região, com danos irreversíveis para a fauna e flora. No segundo dia, as primeiras mortes de animais marinhos e uma reunião a portas fechadas com representantes da agência de proteção ambiental. Leia aqui. A imagem abaixo, retirada do programa Google Earth, simula a extensão da mancha de óleo se o vazamento tivesse ocorrido em mares brasileiros. Vemos que o óleo cobriria boa parte do litoral paulista e todo a Grande São Paulo. Através do site, é possível escolher qualquer cidade do mundo e realizar a simulação. xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx Depois de um erro, vem o outro Nesta página Notícia - 24 mai 2010 Ativistas usam óleo recolhido do vazamento no Golfo do México para pintar navio, em protesto contra plano de exploração de petróleo no Ártico chefiado pela Shell. Em dia de visita da equipe de Obama à costa da Louisianna, ativistas do Greenpeace protestaram contra exploração de petróleo em alto mar nos Estados Unidos. Ativistas pintaram os dizeres “Ártico é o próximo” no casco do barco Harvey Explorer usando óleo fruto do vazamento da plataforma Deepwater Horizon como tinta. Ancorado na Lousisianna, o barco rumará aos mares gelados para dar suporte a operações de perfuração da Shell marcadas para julho. Em uma investida de alto risco e tendo como pano de fundo um acidente ambiental que ainda não conseguiu ser remediado, a Shell pretende começar a perfurar nas águas remotas do Alasca, nos mares de Chukchi e Beaufort no mês que vem. Por lá, o clima duro e as águas congeladas aumentam o risco de explosões. A quilômetros de distância de uma unidade de Guarda Costeira e de qualquer cidade portuária, a região não teria condições de dar uma resposta adequada para qualquer acidente. O protesto tem como alvo o Secretário de Interior americano, Ken Salazar, que visitou a região esta segunda-feira (24) para avaliar os impactos. Ainda com o vazamento em plena erupção, Salazar vem distribuindo permissões e licenças ambientais para exploração de novos poços. (Leia mais aqui) “Enquanto ainda dependermos de combustíveis fósseis sujos e perigosos e de exploração em alto mar, não poderemos nos prevenir de desastres futuros. Se não conseguimos lidar com um vazamento no Golfo do México, permitir que a Shell perfure no Ártico é totalmente inconseqüente”, disse John Hocevar, Diretor da Campanha de Oceanos. Os sete ativistas que participaram do protesto foram presos.