Sexta-feira, 27 de maio 2011
FISCALIZAÇÃO
A
constatação é do deputado Chico Leite, que se assustou com a quantia
gasta pelo Ibram com pagamento de aluguel de escritórios, 583 vezes mais
do que o investido nos parques
Os 69 parques urbanos e
ecológicos do Distrito Federal receberam pouco mais de R$ 12 mil em
investimentos nos últimos quatro anos. “Se dividirmos esse valor total
pelo número de parques do DF, chegaremos a uma quantia irrisória de R$
187 reais para cada parque. Esse valor não é o que foi gasto
diariamente com cada um deles, mas o montante total recebido entre 2007
e 2010”, criticou o deputado Chico Leite. O parlamentar se baseou nas
planilhas de gastos do Instituto Brasília Ambiental (Ibram) para
reformas nos parques urbanos e ecológicos do Distrito Federal.
O
deputado comparou os valores destinados a melhorias nos parques com o
que o Ibram gastou com aluguel de salas em prédios comerciais. “Ficou
clara a falta de interesse na preservação ambiental e na manutenção da
qualidade de vida da população. Gastaram milhões para pagar aluguéis,
enquanto quase nada foi destinado aos parques”, constatou o parlamentar.
Em 2007, o Ibram gastou R$ 2 milhões com aluguel, enquanto não
destinou nada para reformar os parques. Em 2008 foram apenas R$ 11,7
mil para os parques, enquanto R$ 1,5 milhão foi gasto com aluguel. No
ano seguinte, o governo investiu pouco mais de mil reais em reformas
nos parques e destinou R$ 1,6 milhão para pagamento de aluguel. No ano
passado, a situação foi ainda pior: R$ 1,9 milhão com aluguel e nada
para os parques.
Até 2010, a sede do Ibram funcionava num prédio
de escritórios situado no Setor Bancário Sul. Naquele ano, o deputado
Chico Leite entrou com representação junto ao Ministério Público
contestando o pagamento do aluguel milionário. Na época, o parlamentar
argumentou que o valor pago era incompatível com o imóvel, cujas
instalações eram precárias. Após a denúncia de Chico Leite, o Ibram
mudou sua sede para outro prédio, localizado na 511 Norte.
“Durante
todos esses anos denunciei a negligência do governo com relação aos
parques, mas o Executivo sempre se recusou a mudar essa situação.
Enquanto isso, estão completamente abandonados o parque da Asa Sul, o
parque do Guará, o parque do Gama e o parque das Três Meninas, em
Samambaia. Isso só para citar alguns. Já solicitei ao governador Agnelo
que destine toda a verba autorizada para investimentos em parques,
calculada em R$ 451 mil só para este ano”, afirmou Chico Leite.
Parque
da Cidade – Apenas o Parque da Cidade não consta na lista de parques
com orçamento vinculado ao Ibram. Mas a situação lá não é menos
preocupante: o maior parque urbano do Distrito Federal não recebeu um
centavo de investimento em 2010. Por outro lado, o custeio do Parque da
Cidade é o mais alto dentre os parques do Distrito Federal. No ano
passado, foram quase R$ 3 milhões só para manutenção. “De todo esse
montante, nada foi destinado à reforma do maior e mais tradicional
parque de Brasília. Há quantos anos estão abandonados o pedalinho, o
bicicletário e a piscina de ondas?”, questionou o parlamentar.
Em
2011, dos R$ 2,3 milhões previstos para custear o Parque da Cidade, o
governo já empenhou até agora R$ 135 mil. “Defendo que as áreas mais
críticas do parque sejam priorizadas. Brasília é a capital do país e vai
sediar em breve um evento do porte da copa do mundo. A maior área
verde para a prática de esportes do DF precisa urgentemente de
revitalização”, afirmou.
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